Norte é a região com menos médicos em unidades de saúde


O Brasil é um país que apresenta grandes disparidades na distribuição de serviços de saúde, refletindo realidades distintas em suas diversas regiões. Um dos dados mais alarmantes é a situação da região Norte, que se destaca por ter a menor quantidade de médicos atuando em Unidades Básicas de Saúde (UBS). De acordo com o recente Censo do Ministério da Saúde, realizado em 2025, 13,1% das unidades da saúde na região operam sem a presença de profissionais médicos. Esse problema se agrava ainda mais quando observamos que mais da metade das UBS no país funciona com apenas um médico.

A análise detalhada dos dados do Censo revela muito mais do que a simples falta de médicos. Ela traz à tona a necessidade urgente de investimentos em infraestrutura, formação e distribuição equitativa de profissionais da saúde. A desigualdade da oferta de atendimento entre as regiões é um reflexo profundo das condições sociais, econômicas e históricas que o Brasil enfrenta.

Norte é a região com menos médicos em unidades de saúde

A questão da escassez de médicos na região Norte é preocupante. Com apenas 7,9% das UBS contando com equipes de quatro ou mais médicos, a capacidade de atendimento torna-se comprometida. Este cenário difere drasticamente do Sudeste, onde aproximadamente 29,4% das unidades possuem uma estrutura mais robusta. Este contraste não é só numérico, mas impacta diretamente a qualidade do atendimento prestado à população.


As consequências dessa falta de profissionais médicos são múltiplas. Desde longas filas de espera até a dificuldade para obter atendimento, o resultado é um sistema de saúde que falha em cumprir seu papel essencial de cuidar da população. Em localidades onde o acesso a médicos é precário, doenças que poderiam ser evitadas ou tratadas com eficácia tornam-se um grave problema de saúde pública.

Infraestrutura das Unidades Básicas de Saúde

Além da escassez de médicos, a infraestrutura das UBS na região Norte apresenta uma necessidade urgente de melhorias. O Censo indicou que aproximadamente 60,4% das unidades precisam de reformas ou ampliações. Isso significa que, em muitas localidades, as condições de trabalho e atendimento estão aquém do ideal. Para garantir um serviço de saúde de qualidade, é fundamental que as unidades ofereçam não apenas um bom número de profissionais, mas também uma estrutura adequada para atender as demandas da população.

Nesse contexto, a modernização é um fator crucial. Nos últimos cinco anos, 18,4% das UBS foram construídas, o que sinaliza uma tentativa de renovação do atendimento primário. Contudo, a maior parte das unidades ainda opera em condições inadequadas. A infraestrutura deficiente não apenas desestimula médicos de se estabelecerem na região, mas também compromete a saúde dos pacientes que ali se atendem.

Formas de Acesso e Agendamento


O enfrentamento das dificuldades no acesso à saúde também passa por simplificar as formas de agendamento disponíveis para a população. O estudo revelou que 93,8% das UBS oferecem marcação presencial de consultas, o que, apesar de ser um avanço, ainda deixa um número considerável de pessoas sem alternativas satisfatórias. O agendamento por telefone e aplicativos como WhatsApp estão disponíveis em 67,2% e 66,3% das unidades, respectivamente. Contudo, essas opções podem ser limitadas, principalmente nas regiões mais remotas.

Um olhar para a utilização do aplicativo “Meu SUS Digital” mostra que, apesar de ser uma iniciativa promissora do Ministério da Saúde para modernizar o acesso, sua presença ainda é limitada nas UBS. Isso revela uma lacuna significativa na tecnologia de serviços de saúde, que pode ser um aliado poderoso na solução de problemas de acesso.

Os Impactos da Falta de Médicos

Quando falamos sobre a escassez de médicos na região Norte, é importante considerar os impactos sociais e psicológicos que isso traz. Muitas famílias vivem com a incerteza de não conseguir atendimento médico adequado quando mais precisam. A saúde mental da população também é afetada, pois a ansiedade e o estresse gerados pela falta de serviços de saúde podem resultar em problemas adicionais.

Além disso, a falta de médicos acarreta prejuízos significativos à prevenção de doenças. A medicina preventiva é uma estratégia fundamental no combate a epidemias e na promoção da saúde em geral. Com a ausência de profissionais, as campanhas de vacinação, exames regulares e orientações de saúde são seriamente comprometidas, resultando em um ciclo vicioso onde a saúde da população só tende a piorar.

Perspectivas de Melhora

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Apesar do cenário desafiador, há motivos para otimismo. O reconhecimento da crise e a realização de censos como o do Ministério da Saúde são passos fundamentais para a mudança. Com base nesses dados, torna-se possível formular políticas públicas mais eficazes, focadas nas necessidades reais da população.

A formação de novos profissionais da saúde, aliada a incentivos para que esses profissionais atuem em regiões menos favorecidas, pode ajudar a reverter o quadro atual. Programas de valorização e incentivos fiscais, bem como parcerias com universidades para a realização de estágios em áreas remotas, são algumas das alternativas que podem ser exploradas.

A busca por um equilíbrio na distribuição de médicos pelo Brasil deve ser uma prioridade tanto para o governo quanto para a sociedade civil. Medidas que promovam a interiorização da medicina, com a criação de programas de apoio e intercâmbio, podem ser cruciais para garantir que mesmo os lugares mais afastados do país tenham acesso à saúde de qualidade.

Perguntas Frequentes

Qual é a principal causa da falta de médicos na região Norte?

  • A falta de infraestrutura, a baixa remuneração e as condições de trabalho desfavoráveis são algumas das principais causas.

Como a situação afeta a população local?

  • A população enfrenta dificuldades no acesso a atendimentos médicos, longas filas e tratamento inadequado de doenças.

O que pode ser feito para melhorar essa situação?

  • Medidas como incentivo à formação de médicos, programas de valorização e a melhoria das condições de trabalho são essenciais.

A modernização das UBS pode ajudar a atrair mais médicos?

  • Sim, melhorias na infraestrutura e no atendimento facilitam a atração de profissionais.

Quais são as alternativas de agendamento disponíveis nas UBS?

  • A maioria das UBS oferece agendamentos presenciais, por telefone e alguns utilizam o WhatsApp.

A crise da saúde na região Norte é exclusiva de médicos?

  • Não, além da falta de médicos, há problemas de infraestrutura, equipamentos inadequados e escassez de outros profissionais de saúde.

Conclusão

Enfrentar a escassez de médicos na região Norte do Brasil é um desafio que requer ação imediata e eficaz. A saúde é um direito fundamental e deve ser garantido de maneira equitativa a todos os cidadãos. Com luta, comprometimento e políticas bem elaboradas, é possível reverter este cenário e oferecer atendimento de qualidade, garantindo que cada brasileiro tenha acesso à saúde digna. O Norte pode ser a região com menos médicos em unidades de saúde agora, mas isso não precisa ser uma realidade para o futuro. Cada passo dado em direção à melhoria no sistema de saúde é um passo em direção ao bem-estar da população.